segunda-feira, 28 de junho de 2010

28/06/2010

Hoje foi meu primeiro dia de aula aqui em Roma. Por enquanto adorando! Consegui entrar num nível mais avançado do que esperava, o professor é ótimo e a escola oferece várias atividades complementares.
Fora que ainda me sobra tempo para passear à tarde. Hoje depois da aula fiz um giro pela vial del corso, via condotti, piazza di spagna e fontana di trevi. Voltei para a escola no fim da tarde para uma aula complementar maravilhosa de história do teatro e ainda terminei o dia no campidoglio, já que aqui o sol só vai embora depois das 21:00hs!
Para completar o dia, o Brasil ainda goleou o Chile.
Depois que se aprende a andar de ônibus aqui em Roma, poupa-se muito tempo, pois é possível deslocar-se de um canto ao outro da cidade em minutos. E é tão baratinha a passagem...
Amanhã é feriado aqui e acho que vou dar um pulo no Vaticano, já que é la Festa di S. Pietro e Paolo.

terça-feira, 16 de março de 2010

TOCA O RAUUUUUUUL!

Eu sempre sou chamada de louca pelas minhas amigas. Agora a Fernanda diz que é preciso fazer um curso para me acompanhar: curso de louco. Bom, já que levo a fama... MALUCO BELEZA ON THE ROAD: http://www.youtube.com/watch?v=t78MBXWjkfM

domingo, 14 de março de 2010

30 anos

Dia 09 de março eu fiz 30 anos... Fazia um mês mais ou menos que eu vinha meio melancólica com a aproximação dessa data. A chegada dos 30 me parecia tão marcante quanto me foi a aproximação dos 18. Fiquei pensando que a juventude estava ficando para trás e que talvez eu devesse amadurecer mais, mudar alguns hábitos infantis, assumir que não teria mais 20 e poucos anos.
Felizmente, para minha agradável surpresa, quando chegou o dia mesmo do meu aniversário eu nem tive tempo de pensar em todas essas baboseiras que citei acima. Na verdade, me senti jovem como nunca, viva como nunca, e cheia de sonhos a realizar. Tantos quantos os que eu tinha aos 18 anos.
Esse negócio de mulher balzaquiana também não cola comigo não. Quem leu Balzac sabe que a mulher de 30 da época dele hoje é a mulher de 40...ou quem sabe 50? E mais, quem disse que Balzac tem que ser necessariamente bom? Eu posso muito bem não curtir Balzac, assim como tem uns loucos que não curtem a Jane Austen, certo?
Não vou deixar de me divertir, de viver a vida, de seguir meus instintos, pensando em assumir uma carapuça que ainda não me serve. Se eu puder, serei sempre uma menina de 20 e poucos anos e é isso aí! Essa imagem de mulher madura e experiente virou passado, junto com todos os meus pré-conceitos de algumas semanas atrás.
Não podendo deixar de usar uma frase bastante cliche: a juventude está dentro de nós.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Fico pensando se vale a pena manter este blog... Não arranjo nunca um tempo para escrever e, muitas vezes, penso coisas impublicáveis (pelo menos agora, em vida). Queria ter a coragem que tinha há dez anos atrás, quando não havia limites ou consequencias para meus atos.
Pelo menos ainda me resta muito tempo para ler, minha maior paixão. Vou separar as últimas leituras para recomendar por aqui. Mas tenho lido Hobbes e Foucault: ambos apaixonantes.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Amigos

Esta semana fui almoçar com três amigos da época da faculdade. Alguns já conheço há mais de dez anos. Mas sempre que nos encontramos me sinto com 19 anos de novo. Será que vai ser assim para sempre? Daqui a 30 anos, cada um com seu trabalho, suas famílias, seus problemas, vamos nos sentar na mesa de uma lanchonete, pedir um milk shake e falar besteiras como nos velhos tempos do movimento estudantil?
Espero que sim. É tão bom...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A saga Crepúsculo

No meu aniversário deste ano ganhei de uma amiga um livro da série Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Eu já sabia que era destinado a adolescentes, mas li mesmo assim, afinal, um livro é sempre um livro.
No quesito literatura, realmente não me agradou. A história me pareceu fantasiosa demais, com lobos, vampiros, leitura de mente, previsão do futuro... Quem me conhece sabe que não sou chegada em mitos, lendas e coisas do gênero.
Porém, neste último fim-de-semana acabei assistindo o primeiro filme na TV à cabo. E gostei. Bastante.
Acho que é porque finalmente entendi o que mais cativa a garotada nessa história toda. Ou pelo menos a mulherada. É pensar que existe um homem lindo, forte, dotado de super poderes, cuja maior preocupação é proteger a mulher que ama. Uma mulher comum, que poderia ser eu, você, ou a vizinha. E, no fundo, é isso que todas nós queremos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sobre a viagem ao Peru

Voltamos do Peru em 21 de outubro. Foram 10 (dez) dias super corridos de férias. Infelizmente, não deu tempo de conhecer tudo o que queríamos. Ficou faltando a Amazônia peruana - onde, dizem, ainda reside a última linhagem dos verdadeiros xamãs -, também não pudemos ir a Nazca e nem ao Cânion de Colca, o maior da América do Sul.

Nossa viagem começou em Puno, onde fica o Lago Titicaca. Não tem vôo direto do Brasil. Tem que ir para Lima e de Lima pegar um avião para Juliaca. De Juliaca ainda tem uns 45 minutos de estrada até Puno.

Ficamos em um hotel de frente para o lago, o Eco Inn, muito bom! O chato foi aguentar cada taxista que nos levava para lá ficar reclamando que era longe. E não era! Dava para ir a pé do centro até lá. Tipo uns 15 minutos de caminhada. Já fiquei um pouco com a impressão de que aquele povo local, ou pelo menos os taxistas, era meio preguiçoso. Mas essa é uma outra história.

Bom, no Lago Titicaca tem umas ilhas bem legais para visitar, mas as melhores são as dos Uros. São ilhas flutuantes, fabricadas pelos próprios índios, com juncos, cordas e palhas. Elas duram alguns anos e depois têm que ser substituídas por outras. Tem umas 2000 pessoas morando nessa situação. Vivem da pesca e, agora, do turismo.

Ficamos dois dias em Puno e depois fomos para Cusco. Para esse trajeto, pegamos um ônibus turístico, com guia bilíngue, que foi fazendo paradas nas cidades e pontos históricos do caminho. Vale a pena porque a paisagem é muito linda (montanhas com topo de neve) e tem umas ruínas super interessantes.

Chegando em Cusco, fiquei impressionada. Até lá, apesar da beleza das paisagens naturais, só tinha visto cidades muito pobres, com casebres de barro inacabados, aquela cor de terra, uma tristeza. Mas Cusco, por outro lado, pelo menos na parte turística, do Centro Histórico e da Plaza de Armas, se revelou a cidade mais bonita de todas que visitei.

A noite na Plaza de Armas pode ser confundida com a noite de qualquer cidadezinha do interior da Espanha. A catedral, com pinturas maravilhosas e ornamentos talhados em ouro, não deixa nada a perder de algumas igrejas da Itália. Assistimos uma missa nessa catedral, em espanhol, e engraçado que é muito parecida com o formato da missa que temos no Brasil. Como sempre, o sermão daquele dia se encaixou direitinho no que eu estava precisando ouvir.

Ficamos no hotel Andariego, bem no centro da cidade e muito aconchegante. O pessoal lá era uma simpatia e o nosso agente de viagens, o Fernando, ia todos os dias nos dar orientações sobre os passeios.

É de Cusco que sai a maioria dos passeios para as ruínas inkas e mais importantes pontos turísticos de visitação. De lá fomos para o Vale Sagrado, para Ollantaytambo e outras cidades interessantes, e também foi o ponto de partida para pegarmos o trem Vistadome para Aguas Calientes, onde ficam as ruínas de Macchupichu.

Passamos apenas uma noite e um dia em Aguas Calientes (Macchupichu), o suficiente para conhecer tudo. Em Aguas Calientes mesmo dá para aproveitar as termas, que ficam abertas até 21:00h. Para chegar às ruínas de Macchupichu, saindo de Aguas Calientes, é pertinho (9km), pode-se andar ou ir de ônibus. Já em Macchupichu, subimos até o portal do sol (a entrada da cidade pela trilha) e também subimos a montanha macchupichu, a mais alta daquela região, de onde se tem uma vista panorâmica das ruínas.

Gostei bastante de Macchupichu, mas visitei ruínas e paisagens mais bonitas no Vale Sagrado. Achei Macchupichu muito turístico, para falar a verdade. Enfim, acho que a expectativa era tanta que acabei me decepcionando um pouquinho. Mas valeu! Foi legal!

De Aguas Calientes voltamos para Cusco, ficamos mais um dia por lá e depois pegamos um avião para Lima, onde aproveitamos os últimos dias de férias. Lima parece São Paulo, é uma capital como outra qualquer, super movimentada, tem o shopping Larcomar, tem fastfood, tudo normal. Mas também tem museus ótimos, como o Museu do Ouro e o Museu Arqueológico. Neste último, chegamos a passar um dia inteiro e não conseguimos ver tudo, porque o museu fechou com a gente dentro. São peças de porcelana, ouro, tecidos, tudo de épocas anteriores à civilização inka. Imperdível também é o museu da Inquisição, que fica pertinho da Plaza de Armas de Lima.

No dia em que visitamos o museu estava tendo uma manifestação de pessoas pró e contra o aborto. Acho que ia rolar alguma espécie de plebiscito. As pessoas todas seguravam cartazes, xingando uns aos outros, cada partidário de um lado, batalhão de choque... E eu e o Marcio lá no meio, tentando sair da rua do museu. Foi engraçado. Teve uma hora que os ânimos estavam tão inflamados que nos vimos cantando junto, para nos infiltrar: "no a la muerte, si a la vida! no a la muerte, si a la vida!" Hilário.

A viagem foi boa. Mas voltei um pouco triste também. De ver tanta pobreza, de pensar como alguns têm tanto e outros não têm nada. Isso fica muito evidente, principalmente nas cidades menores do Peru. O nordestino brasileiro é rico perto daquele povo. E existe muita desigualdade racial também. Os poucos brancos são os que dominam os melhores empregos. Os índios, que são 90% da população (pelo menos aparentemente) ficam sempre com os trabalhos braçais e menos qualificados. E não conseguem eleger um presidente que os represente, como aconteceu na Bolívia. No Peru, vendo a direita dominar, chego a me sentir agredida. Será que se pode falar em democracia em um país em que a maioria pobre não tem informação ou educação suficiente para qualificar melhor seu direito de voto?